A receita digital é um recurso que vem crescendo de forma exponencial tanto nas pequenas como nas grandes instituições de saúde digitais. Isso porque os benefícios são observados pelos profissionais de saúde, gestores e pacientes conforme o nível de complexidade local.
No entanto, é preciso atentar para a regulamentação médica, além de seguir os requisitos da Lei Federal de Proteção de Dados do paciente, a fim de garantir segurança durante a geração desses documentos digitais.
Sabe-se que ainda pairam muitas dúvidas a respeito de sua aplicabilidade, dos custos de implantação e, principalmente, da aceitação desse recurso por todos os envolvidos na situação.
Quer saber mais sobre os propósitos da receita digital e por que ela deve ser usada? Então, continue a leitura!
Saiba o que é a receita digital
A receita digital é um documento elaborado de forma eletrônica, que tem dispositivos de segurança para garantir a veracidade das informações contidas que são embasadas pela assinatura do profissional clínico.
Conforme aponta Luiz Gonzaga, gerente de produtos da Maida.health, a receita digital difere da proposta “digitalizada”, pois essa última é apenas o documento que foi escaneado no aparelho apropriado.
Já a receita digital é um produto eletrônico contendo os dados pessoais do paciente, a descrição dos medicamentos a serem utilizados, bem como recomendações para o uso.
Outro ponto de diferença é que na receita digital é obrigatória a presença da assinatura do profissional clínico preconizado no âmbito da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP – Brasil), conforme alerta Gonzaga.
Entenda como ela pode ser utilizada no dia a dia
A receita digital é um método eficiente e produtivo para a rotina tanto de consultório particular quanto de uma grande empresa clínica. Isso significa que é possível adaptá-la em diversos cenários conforme a necessidade de cada gestor e profissional de saúde.
Sabe-se que a receita digital é a finalização de um processo iniciado pela anamnese do paciente, estabelecimento de prioridades clínicas, proposição de terapia e acompanhamento contínuo.
Sendo assim, para a eficácia da receita digital, é fundamental que ela esteja acoplada a um software médico que armazena os parâmetros clínicos, laboratoriais e farmacológicos que serão úteis para a elaboração da prescrição.
Após a emissão da prescrição digital, os pacientes podem adquirir os medicamentos listados nas farmácias e drogarias, pois têm o mesmo valo
r legal da versão manuscrita, com a diferença da inclusão da assinatura eletrônica do médico.
A receita digital também pode ser enviada por aplicativo de mensagens quando se tratar de encaminhamentos para outros especialistas, solicitação de marcação de exames ou qualquer atividade que normalmente o médico faria pelas vias tradicionais.
Fique por dentro das 3 principais vantagens
Luiz Gonzaga, gerente de produtos da Maida.health, resumiu basicamente as vantagens em três pontos principais. Veja!
Praticidade
A receita digital é uma forma prática de ter esse documento legal, que muitas vezes poderia rasurar, perder sua integridade ou rasgar se estivesse na versão manuscrita e comprometer a continuidade do tratamento, além de contribuir para a ideologia paperless.
Pela receita digital, é possível resgatar esse documento nos softwares ou encaminhá-los novamente ao paciente por meio de aplicativos de mensagens, facilitando o acesso das recomendações ora descritas eletronicamente.
Integração com outros serviços
Em tempos clínicos difíceis, como o que estamos vivenciando com a pandemia da COVID-19, foi autorizada a teleconsulta médica com os pacientes, que amplia a oferta de assistência à saúde sem precisar que o paciente se desloque até o médico.
Nesse sentido, aquelas pacientes que sofrem de doenças crônicas, por exemplo, podem realizar teleconsulta com o médico e esses últimos que já disponibilizam esse serviço, emitirão esse documento após a anamnese virtual e darão oportunidade do paciente adquirir seus medicamentos de uso contínuo.
Acompanhamento dos pacientes
Um paciente com doenças crônicas ou mesmo aqueles que demandam por acompanhamento contínuo, como os idosos, necessitam de suporte clínico, laboratorial e terapêutico personalizado.
Diante disso, os softwares que já possibilitam a emissão de receita digital tornam-se facilitadores, pois essa ferramenta pode ser acoplada também, caso o paciente desejar, com a rotina de dispensação nas farmácias e drogarias.
Isso aconteceria da seguinte maneira: o paciente entrega a receita digital para o farmacêutico da drogaria, que compila os dados da prescrição assim que fizer a dispensação dos produtos solicitados. Com base no histórico do paciente e das aquisições frequentes, é possível analisar indiretamente a adesão ao tratamento.
Assim, o tratamento seria observado também pelo farmacêutico, que aconselharia o paciente sobre a importância de adquirir e utilizar adequadamente os produtos prescritos e ao sinal de qualquer problema os dois profissionais seriam consultados.
Saiba quais são os cuidados necessários para a implementação da receita digital
A inserção da tecnologia nos dias de hoje é uma ferramenta válida e custo efetiva, porém requer cuidados relacionados à rastreabilidade e à segurança das informações vinculadas, principalmente quando envolvem dados clínicos dos pacientes.
Pensando nisso, as primeiras medidas a serem analisadas dentro de uma plataforma informatizada que possibilita a geração de receita digital são os parâmetros de segurança contra invasões não autorizadas.
Em seguida, deve-se garantir acesso por meio de senha e com funções limitadas aos colaboradores, sistemas de armazenamento dos dados dos pacientes e edição de textos somente por profissionais clínicos, dentre outras aplicações.
Também é fundamental garantir a rastreabilidade das ações, a fim de recuperar dados excluídos inadvertidamente, além de proporcionar sistemas adicionais para guardar os exames digitais e de demais anotações feitas pelos médicos sobre os pacientes atendidos.
Outro ponto crucial de todo esse processo é certificar-se que o software atende aos requisitos da Lei de Proteção de Dados e é compatível com a inserção da assinatura digital credenciada pelo ICP Brasil.
A receita digital é um recurso que vem sendo utilizado nos diversos contextos da saúde e ganha grande notoriedade em tempos da pandemia da COVID-19 pela possibilidade de garantir tratamento ou a continuidade da terapia daqueles indivíduos que estão em quarentena.
Para além desses benefícios é preciso pensar nessa ferramenta no que diz respeito à praticidade e à integração com outros serviços. No entanto, é recomendável atentar para todos os requisitos de segurança digital e tecnológica para que essa tecnologia seja eficaz.
Agora que já discutimos sobre a receita digital, que tal assinar nossa newsletter e ficar por dentro de assuntos interessantes como este?