Tecnologia
Por: Time de Pesquisa e Desenvolvimento 20/12/2024 6 minutos de leitura

Regulação médica: como usar a inteligência artificial nesse processo

Regulação médica: como usar a inteligência artificial nesse processo

A regulação médica é um tema bastante abordado na área da saúde. Por isso, neste texto vamos nos concentrar nos benefícios da Inteligência Artificial (IA) aplicada à regulação médica. Além disso, você vai conhecer a nossa iniciativa em pesquisa e desenvolvimento que permitiu a criação de uma versão nacional de IA na regulação.
Assim, neste texto vamos abordar dois assuntos importantíssimos no cenário tecnológico atual: pesquisa e uso da IA. Continue a leitura e conheça a iniciativa brasileira, o modelo de investimento que permite o seu avanço e detalhes sobre como essa tecnologia pode ajudar o setor de saúde.

A Inteligência Artificial na regulação médica

Basicamente, a Inteligência Artificial permite que a regulação seja feita automaticamente. No lugar de submeter todas as solicitações diretamente para os reguladores, a IA é usada para autorizar procedimentos ou encaminhar aqueles com suspeita de negativa para que os reguladores possam avaliar.
Em principio, pode parecer arriscado confiar essa tarefa para um software, ao menos para quem não está familiarizado com o uso dessa tecnologia. No entanto, o que a IA faz é combinar padrões previamente identificados no histórico médico, para concluir se a autorização é devida.
A metodologia usada nesse processo é chamada de aprendizagem por máquina. A técnica consiste em uma comparação do caso em avaliação com uma série de outras situações nas quais foram consideradas as mesmas variáveis. Desse modo, se um determinado resultado em um exame de sangue sempre indica a necessidade de um procedimento X, a IA concluirá que é seguro autorizá-lo.
A vantagem é que ela processa essa comparação com uma velocidade que um ser humano não consegue fazer. Nas ocorrências nas quais ele encontra inconsistências, eventualmente um número de casos reduzidos, ou qualquer outro problema que comprometa a segurança da decisão, o médico será informado. Ele sempre tem a última palavra.
Outro aspecto é que as solicitações enviadas para regulação contem um campo específico que relata o estado do paciente, denominado quadro clínico. A partir deste campo textual são extraídas diversas informações significativas — atributos que influenciam diretamente no desempenho da IA.
O sistema de IA melhora sua expertise a cada novo evento e realiza uma classificação sistemática com maior confiança a cada regulação. É um processo análogo ao aprendizado humano. Do mesmo modo que uma criança reage às sensações e forma ligações neurais que se tornam referências sobre a textura de um tecido, por exemplo, a IA armazena conclusões.
Sem a aprendizagem de máquina e a IA, seria inviável encontrar padrões e aprender a partir deles. Um desafio que, felizmente, superamos.

A pesquisa brasileira

Feitas essas explicações prévias, podemos falar sobre o nosso envolvimento com o universo da pesquisa. A Infoway já havia participado de eventos como o International Joint Conference on Neural Networks, o maior Congresso de Inteligência Artificial do mundo.
E no IEEE CBMS 2019, que é a maior conferência para sistemas médicos baseados em computadores, apresentamos mais dois de nossos trabalhos: um voltado para regulação médica, tema deste texto; e o outro elaborado para identificar casos prováveis de cancelamento de planos de saúde, com o objetivo de criar políticas de fidelização.
Essas duas tecnologias são resultados de um investimento constante em pesquisa, desenvolvimento e inovação. Em parceria com universidades, atuamos em coautoria com alunos de graduação, mestrado e doutorado, para viabilizar a produção de seus projetos.
Atualmente, participam dessa equipe 4 pesquisadores e o professor dos cursos de graduação, mestrado e doutorado em Ciência da Computação na Universidade Federal do Piauí (UFPI), o Doutor em Ciência da computação Pedro de Alcântara, que também é sócio da Infoway. Todos os integrantes do grupo são da área de Ciência da Computação. São eles:

  • Lucas Araujo Lopes, doutorando;
  • Jardeson Barbosa, mestre;
  • Gilvan Veras, mestre;
  • Vilmar Ribeiro Filho Mestre.

Sempre investimos em projetos que consideramos promissores e importantes, com ótimos resultados. Dentre os produtos com embasamento acadêmico da Infoway está o Octopus — nossa solução em regulação que fornece o apoio da Inteligência Artificial para que os responsáveis tomem suas decisões com mais agilidade e segurança.
Segundo o Doutor Pedro de Alcântara: “na universidade, temos estudantes que estão interessados em pesquisar temas aplicados. Propomos a eles certos desafios e se os resultados forem bons, iniciamos um processo para incorporação das tecnologias experimentadas no dia-a-dia da empresa, dentro dos produtos que estão alinhados com a pesquisa desenvolvida”.

A participação no IEEE CBMS 2019

A intenção de participar de eventos como o CBMS é compartilhar nossas pesquisas e investimentos. Principalmente, porque existem diversas iniciativas ao redor do mundo que não se desenvolvem por falta desse tipo de interação. Os pesquisadores de localidades diferentes nem sempre mantém contato uns com os outros, o que impede o compartilhamento de conhecimento.
Nossa política é a de divulgar o que estamos produzindo para atrair atenção de outros pesquisadores, descobrir o que eles estão estudando e, se possível, trazer algumas dessas inovações para o nosso país.
Trocar informações, disseminar o que produzimos, seja como pesquisadores, seja como investidores, é fundamental para a colaboração entre laboratórios e universidades de todo o mundo.
Nossa pretensão inclui interagir com outros pesquisadores para descobrir o que podemos não enxergar, se nos fecharmos em nosso ambiente. Ao mesmo tempo, desejamos informar o que desenvolvemos com as pesquisas brasileiras que, desse modo, podem ser inseridas no ambiente acadêmico internacional.
Por fim, vale concluir com a afirmação de que a IA não é uma forma de substituir a atuação humana. O que a tecnologia faz é aprimorar e agilizar tarefas. Portanto, trata-se de agregar uma capacidade de processamento que não temos e usá-la de forma conjugada às habilidades humanas.
Pois essa possibilidade já está disponível para melhorar nosso desempenho na regulação médica, sem perder nossa humanidade, sem limitar nossa sensibilidade, mas certamente para aumentar nossa eficiência.
Você pode saber mais sobre a nossa plataforma de regulação baseada em IA. Entre em contato com nossa equipe.