Saúde
25/02/2025 8 minutos de leitura

Motivos para investir em segurança digital na saúde

Motivos para investir em segurança digital na saúde

Com a crescente digitalização do setor de saúde, proteger os dados sensíveis das operadoras e as informações médicas dos pacientes tornou-se um dos maiores desafios para as organizações. Investir em soluções robustas de segurança digital é uma necessidade estratégica que vai além da proteção dos dados: é fundamental para garantir a continuidade dos serviços, consolidar a confiança dos pacientes e prestadores e assegurar a conformidade com as regulamentações vigentes.

1. A saúde é um dos setores mais visados por cibercriminosos

Dados do Cybersecurity Ventures apontam que o setor de saúde será, já em 2025, o mais atacado por cibercriminosos, com ataques de ransomware aumentando em ritmo acelerado – o ransomware é um tipo de malware que impede o acesso aos dados ou sistemas, exigindo um pagamento de resgate para restaurar o acesso. 

Só em 2023, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde, houve um aumento de 65% nos ataques cibernéticos direcionados a hospitais, clínicas e outros componentes do sistema de saúde em comparação com o ano anterior. Esses números reforçam a necessidade urgente do segmento de aumentar o investimento em segurança digital.

A utilização de dispositivos médicos conectados à internet e a troca constante de dados entre diferentes sistemas de saúde amplificam a superfície de ataque. Cibercriminosos frequentemente visam dados médicos valiosos, como histórico de tratamentos e informações pessoais, devido ao seu alto valor no mercado ilegal de dados.

2. Conformidade com regulamentos de proteção de dados

A conformidade com leis de proteção de dados, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil é fundamental para a segurança da informação em saúde. A LGPD, em vigor desde 2020, estabelece diretrizes rigorosas para o tratamento de dados pessoais, sensíveis ou não, abrangendo desde a coleta até o armazenamento, o uso e o compartilhamento dessas informações.

De acordo com a legislação vigente, a proteção de dados pessoais exige o consentimento explícito do titular para o uso das informações. Além disso, é fundamental que a empresa seja transparente sobre a finalidade do uso dos dados, pois a lei exige que as informações sejam tratadas com clareza e respeito. Adicionalmente, a norma impõe a adoção de medidas técnicas e administrativas para proteger os dados contra acessos não autorizados, vazamentos e violações de segurança.

Além disso, a legislação também define o papel dos agentes de tratamento, como o controlador, que é responsável por tomar decisões sobre o uso dos dados, e o operador, que realiza o processamento das informações. Subsequentemente, a figura do encarregado de proteção de dados (DPO) surge como um canal de comunicação entre a empresa, os titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).

Portanto, é importante entender que tanto a transparência quanto a adoção de medidas rigorosas de segurança são essenciais para garantir que o tratamento de dados esteja em conformidade com a lei e garanta a proteção dos direitos dos indivíduos.

O descumprimento da LGPD pode resultar em sanções administrativas que vão desde advertências até multas que podem chegar a 2% do faturamento da empresa, limitadas a R$ 50 milhões por infração. Além das penalidades financeiras, a exposição pública de incidentes de segurança pode gerar danos irreparáveis à reputação da instituição, afetando a relação de confiança com pacientes, parceiros e o mercado.

Investir em soluções de segurança digital que garantam a conformidade com a regulamentação vigente é essencial para evitar penalidades e também para fortalecer a confiança de pacientes e parceiros. Isso envolve a implementação de políticas de governança de dados, criptografia de informações sensíveis, controle de acessos e auditorias regulares, promovendo um ambiente seguro e ético para o manejo de informações críticas na área da saúde.

3. Redução de riscos financeiros e operacionais

Os ataques cibernéticos resultam em prejuízos financeiros diretos. De acordo com o relatório “Cost of a Data Breach” de 2024 da IBM, o custo médio global de uma violação de dados foi de US$ 4,88 milhões. No setor de saúde, esse valor é ainda mais elevado, com o custo médio estimado em US$ 9,77 milhões.

Além disso, as interrupções nos serviços de saúde afetam diretamente a operação do hospital, clínica ou plano de saúde, resultando em danos à reputação e na confiança do paciente, além de comprometer a continuidade do atendimento. A cibersegurança robusta ajuda a prevenir esse tipo de cenário.

4. A importância da integração de tecnologias de segurança e a expertise na gestão de dados

No dia a dia das operadoras de saúde, a integração de sistemas é, sem dúvida, fundamental para otimizar processos e aumentar a eficiência. Entretanto, essa integração só pode ocorrer após a validação de que cada solução atende aos mais altos padrões de segurança. Portanto, antes de realizar a conexão dos sistemas, é essencial garantir a robustez e a conformidade de cada um, considerando tudo que envolve a proteção de dados. Em resumo, não antes de validar a segurança, não se deve proceder com a integração.

Adotar uma abordagem integrada significa combinar tecnologias avançadas, automação e processos bem estruturados. Esses mecanismos permitem identificar vulnerabilidades e responder rapidamente a eventuais ataques.

Além disso, a integração eficaz depende de uma estratégia sólida de gestão de incidentes, especialmente quando se trata de planos de resposta ágeis e do treinamento contínuo de equipes especializadas. Com base nas necessidades do setor de saúde, profissionais qualificados em segurança cibernética são essenciais. Esses especialistas compreendem as complexidades do ambiente digital e as particularidades dessa área. Portanto, com essa integração, é possível não só potencializar a eficiência da operação, mas também fortalecer a proteção das informações sensíveis, consequentemente, garantindo a segurança e a qualidade dos serviços oferecidos.

Essa abordagem consolida uma cultura de proteção e inovação nas instituições de saúde.

5. A confiança de beneficiários e prestadores como diferencial competitivo

Cada vez mais, os beneficiários e prestadores demonstram preocupação com a segurança de seus dados, o que transforma a proteção da informação em um ativo estratégico para operadoras de saúde. Em um cenário de constante alerta quanto à segurança digital, o compromisso com a proteção dos dados se reflete na fidelização dos pacientes e na solidez das relações entre os diversos atores do setor.

A segurança abrange tanto os dados dos beneficiários, quanto às informações sensíveis trocadas entre operadoras e prestadores, tornando a transparência e a integridade no tratamento das informações essenciais para o fortalecimento da confiança. De acordo com um estudo da Accenture, 86% dos consumidores afirmam que a segurança e a privacidade dos dados influenciam diretamente sua decisão de confiar em serviços de saúde.

Investir de forma consistente em medidas de segurança digital, portanto, consolida uma reputação de confiabilidade, elemento vital para manter a competitividade no mercado da saúde.

6. A importância dos serviços de nuvem na segurança digital na saúde

A escolha de serviços de nuvem qualificados é essencial para garantir que os dados das operadoras de saúde sejam protegidos com os mais altos padrões de segurança. As soluções de nuvem oferecem uma infraestrutura robusta e escalável, combinando protocolos avançados de segurança, criptografia e backups frequentes para assegurar que as informações dos beneficiários e prestadores sejam armazenadas de forma segura e sempre acessíveis. 

Neste cenário, é fundamental a escolha por fornecedores certificados que cumpram rigorosos padrões de conformidade, agregando uma camada extra de proteção às operações e contribuindo para a resiliência contra incidentes cibernéticos.

Conclusão

Investir em segurança digital é fundamental para a proteção das informações sensíveis, o cumprimento de regulamentações e a continuidade dos serviços de saúde. Organizações que adotam uma abordagem integrada e estratégica para a cibersegurança não apenas protegem seus dados, mas também fortalecem a confiança dos beneficiários e prestadores. 

Combinando tecnologia avançada, políticas rigorosas e práticas de segurança bem estruturadas, o setor de saúde pode criar um ambiente digital mais seguro e resiliente, assegurando a excelência no atendimento e a sustentabilidade das operações.