Conheça os pilares da governança em telessaúde e como colocar em prática

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Allana Peixoto|
01/12/2021

A governança em telessaúde depende de nossa capacidade e disposição em reaprender sobre algumas premissas que carregamos sobre gestão da saúde. É um campo novo, cheio de particularidades, desafios e reflexões éticas a serem feitas.

Questões como até onde pode ir o atendimento remoto e no que ele é imprescindível precisam ser respondidas, para que a telessaúde encontre o equilíbrio entre a universalização do acesso à saúde e a qualidade do atendimento.

Afinal, como trilhar esse caminho? É o que pretendemos responder para você com este post.

Acompanhe!

A Telessaúde abrange a telemedicina

Para começar, vamos conceituar essas duas áreas e estabelecer a diferenças entre elas. Pois bem, o que diferencia a telemedicina é que ela envolve diretamente o exercício da profissão, portanto, a atuação médica. Como exemplos de aplicação, podemos usar a teleconsulta e o telediagnóstico, que são subáreas da telemedicina.

A telessaúde é ainda mais abrangente e se caracteriza pela aplicação de tecnologia de comunicação em áreas acessórias da medicina, envolvendo vários profissionais de saúde além dos médicos. Ela também é aplicada em diversos níveis de atuação, desde a atenção primária até os secundários e terciários, incluindo a logística em saúde.

A importância da governança em telessaúde

Com o exemplo recente de algumas importantes demandas geradas pela pandemia, fica explícita a importância da logística e de toda a estrutura de apoio ao trabalho dos médicos.

A mesma lógica transportada para o atendimento remoto fica igualmente evidente com base nas definições do tópico anterior. Afinal, a telessaúde inclui recursos fundamentais para estruturar a telemedicina.

A gestão de equipes remotas envolve tarefas e particularidades muito distintas das necessárias às interações presenciais. Os processos precisam ser ajustados para garantir que os benefícios sejam aproveitados, por exemplo, melhorando a experiência dos pacientes.

Nesse contexto, pacientes e profissionais percebem uma melhora substancial da experiência de contato com o sistema de saúde, que se torna menos burocrático, com menos perda de tempo e mais confortável.

Outro ponto, dessa vez com impacto, inclusive, nos custos assistenciais, é no qual os pacientes são avaliados, triados e examinados pela telemedicina e só prosseguem para consultas presenciais se necessário, evitando superlotação de clínicas, hospitais e ambulatórios.

A governança da telessaúde pode prever procedimentos capazes de evitar consultas com especialistas não indicados, comparecimentos para atendimentos de urgência desnecessários e outras ocorrências que, quando fazem parte da rotina de atendimento, não beneficiam ninguém.

Além disso, com o uso da telemedicina, hospitais, clínicas e profissionais podem alcançar populações distantes de seus centros de referência, dando acesso especializado a quem antes não o tinha.

Novamente, essa possível democratização do acesso à saúde depende diretamente da eficiência da governança, para que possa contar com a estrutura de apoio ideal.

Os pilares da governança em telessaúde

Basicamente, a governança em telessaúde explora 3 pilares principais, que estão detalhados nos tópicos abaixo.

Gestão — liderança e estrutura

Não basta entender a importância da governança em telessaúde para estruturar a telemedicina e todas as outras áreas. O que vai garantir o bom funcionamento dos processos é o comprometimento das lideranças com a execução do programa.

É esse esforço que vai garantir o orçamento necessário e o subsídio estratégico para o perfeito funcionamento do modelo, o que começa com a escolha da pessoa que conduzirá esse processo.

Para essa definição, algumas dicas são:

  • identificar pessoas internas que tenham experiência com implementação de tecnologia em telessaúde;
  • identificar aqueles com aptidão para tecnologia e experiência em liderança de operações clínicas;
  • priorizar líderes com características como gostar de aprender e inovar.

Definição da metodologia de forma clara e precisa

Como adiantamos, a gestão de equipes remotas representa um desafio cheio de particularidades, a começar pelo treinamento. Muitos dos nossos mecanismos de controle de atividades se baseiam na presença física e não nas tarefas executadas. A própria remuneração dos colaboradores é devida, de acordo com as horas de dedicação.

Em razão da pandemia, muitos gestores e profissionais de saúde observaram na prática a diferença e as demandas de monitoramento que surgem de atendimentos remotos. Quer um exemplo? Como podemos apoiar um médico com dificuldade de acionar o som em um atendimento de telemedicina?

A estruturação necessária a esse tipo de auxílio envolve cada detalhe, de cada processo de atendimento, que também implica em questões éticas e relativas aos procedimentos médicos. Por isso, sem um método claramente definido e descrito, a telessaúde tende a acabar subutilizada.

A fragmentação das ações entre as diversas áreas pode criar um mosaico pouco organizado e disforme, o que só pode ser evitado com um método eficaz de governança.

Definições de objetivos, metas e ROI

Ao mesmo tempo, desenvolver todo o potencial da telessaúde em seguida a sua implantação não é uma expectativa realista. O que vai garantir a excelência é o aprimoramento constante, o que depende diretamente da definição e do monitoramento de objetivos, metas e retorno de investimento (ROI).

Para medir o sucesso do programa de telessaúde, os seguintes componentes são essenciais:

  • valor clínico agregado;
  • engajamento dos profissionais e pacientes;
  • suporte administrativo;
  • congruência no plano estratégico;
  • capacidade clínica ligada à complexidade logística.

Cada um desses itens deve ter indicadores e metas muito bem definidos a partir do conceito S.M.A.R.T. Isso vai contribuir com o cálculo do ROI e outras variáveis de sustentabilidade do projeto.

Além disso, deve-se mapear o fluxo de comportamento dos pacientes e dos profissionais dentro da organização, identificando dados essenciais que poderão integrar e se relacionar com a tecnologia da telessaúde.

A implementação prática

Antes de colocar a tecnologia para funcionar, as dicas são:

  • reunir os líderes;
  • definir os objetivos;
  • estruturar uma liderança formal para o programa;
  • garantir sustentabilidade;
  • focar na geração de valor para o paciente.

Também, é preciso definir onde a telessaúde se encaixa na linha de cuidado definida para cada iniciativa. Estipular quando usar e quando não adotar a telemedicina vai ajudar no desenvolvimento do programa.

No início do projeto, nem sempre essas definições estão claras para todos, mas é fundamental focar no propósito de alto nível que a instituição de saúde pública ou privada deseja alcançar.

É a partir dele que podemos traçar as formas de encaixar a telemedicina e a saúde digital na jornada de cuidado aos usuários do sistema, de uma maneira segura e confortável para todos.

Depois disso, é preciso avaliar o investimento necessário e as possibilidades de retorno do projeto, para que ele se mantenha com sustentabilidade financeira ao longo de seu crescimento.

Essa preocupação precisa estar em pauta desde as conversas iniciais, evitando custos desnecessários com equipamentos ou softwares, que não ajudam a alcançar o objetivo maior da organização.

O auxílio da tecnologia

É importante lembrar de que, como mencionamos neste post, a telessaúde não é exatamente uma novidade. Inúmeras iniciativas já foram organizadas por telefone, por exemplo, desde muito tempo. No entanto, jamais tivemos as possibilidades e, principalmente, as perspectivas que temos agora com os novos recursos.

Uma tecnologia de fácil uso, intuitiva, com segurança da informação adequada e que se adapte ao modelo de interação escolhido para o programa pode fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso do projeto.

Assim, pode gerar:

  • engajamento;
  • eficiência no uso dos recursos;
  • segurança nas interações;
  • satisfação dos pacientes e profissionais de saúde;
  • processo estruturado de implantação com inteligência estratégica.

Contudo, não poderíamos concluir de outro modo sem relatar a nossa convicção de que a tecnologia não é suficiente — como um bisturi, ela é apenas uma ferramenta, não necessariamente uma incisão perfeitamente executada.

A governança em telessaúde depende diretamente da expertise aplicada ao planejamento, à implantação e ao gerenciamento dos programas de telessaúde, com uma consultoria completa de ponta a ponta, como a da Maida Health.

Então, não perca tempo e conheça nossas soluções. 

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