O telemonitoramento de doenças crônicas ganhou espaço como forma de viabilizar o isolamento social em um contexto pandêmico. Vários pacientes, muitas vezes mais vulneráveis a doenças virais, puderam ficar em casa mantendo o acompanhamento médico. No entanto, essa não é uma alternativa temporária.
A pandemia apenas acelerou a adoção dessa e de várias outras tecnologias, não só na área da saúde. Estamos falando de um recurso importantíssimo para a qualidade de vida do paciente, a diminuição dos custos assistenciais e a frequência dos atendimentos de urgências, que sabemos que são onerosos e incômodos ao paciente.
Para esclarecer as principais dúvidas sobre telemonitoramento em casos de doenças crônicas, entrevistamos o Dr. Luciano Cunha, diretor de telemedicina e saúde digital da Maida.health. Acompanhe!
O que é o telemonitoramento?
O telemonitoramento é o acompanhamento e o gerenciamento de condições clínicas de um paciente (em estado crônico, considerando o tema deste post). Para executá-lo, são adotadas práticas específicas e recursos inovadores disponibilizados por meio de tecnologias digitais, como wearables, biossensores e plataformas de telemedicina — estas, para permitir a interação entre os profissionais e os pacientes.
O telemonitoramento ajuda os profissionais da saúde na prevenção e no cuidado de pacientes sujeitos a complicações clínicas graves, se não observados continuamente. Desse modo, evita internações e, em consequência, humaniza o atendimento.
Ainda que o contato seja remoto, fica mais fácil para o profissional se aproximar do paciente, observar a rotina dele e os efeitos do comportamento assumido na condição de saúde. “Assim, é possível estimular o engajamento dos pacientes no seu próprio cuidado, aplicando medidas educativas”, destaca o Dr. Luciano Cunha.
A rotina do telemonitoramento
A rotina de um programa de telemonitoramento é baseada nos anseios e nas aspirações do paciente, criando uma base sólida de confiança e respeito à individualidade — sem intrusões.
Seguindo um cronograma de relacionamento, os profissionais interagem de maneira síncrona ou assíncrona com esses indivíduos, perguntando sobre seus status de saúde, sintomas e sinais clínicos, por exemplo. A partir disso, podem orientar condutas de acordo com a evolução clínica.
Vale ressaltar também a importância do treinamento específico para o trabalho remoto, fundamental para estruturar uma rotina satisfatória e humanizada.
A escolha dos beneficiários
Geralmente, a escolha dos pacientes de telemonitoramento parte de uma avaliação da base populacional dos potenciais participantes. Para iniciar o programa, são então escolhidos prioritariamente aqueles com doenças crônicas que estão mais descompensados.
O processo adotado costuma envolver o levantamento das informações na base de dados, aplicação de questionários ou o simples encaminhamento feito por um médico.
Qual a importância do telemonitoramento nas doenças crônicas?
O monitoramento remoto sempre teve importância para manter pacientes crônicos mais bem cuidados e em condições clínicas controladas. Contudo, ele se tornou ainda mais relevante no período de pandemia, uma vez que o distanciamento físico para evitar o contágio pelo coronavírus também se caracteriza como uma forma de cuidado.
Nesse contexto, os gestores perceberam no telemonitoramento a oportunidade de controlar a condição de pacientes crônicos com eficiência. Tal prática evita internações, reinternações e complicações clínicas, além de atendimentos de urgência e todos os custos relacionados a cada um desses eventos, o que poupa recursos valiosos em um momento tão delicado. Sendo assim, o Dr. Luciano Cunha resume os benefícios em:
- melhor controle de doenças crônicas;
- menor incidência de complicações;
- diminuição de internações;
- menor procura por serviços presenciais, quando eles não são necessários;
- diminuição dos custos assistenciais e de atendimentos de urgência;
- melhor qualidade de vida para o paciente crônico.
Quais os impactos da tecnologia mobile no manejo de doenças crônicas?
As tecnologias mobile na saúde (mhealth) permitem que profissionais e pacientes interajam a qualquer hora, em qualquer lugar. “Isso evita, por exemplo, a necessidade de criação de centrais complexas e onerosas de telemonitoramento. Tablets, smartphones e notebooks funcionam tranquilamente para esse tipo de serviço”, explica o Dr. Luciano Cunha.
Com a implantação do 5G, podemos esperar avanços importantes na telemedicina, uma vez que será possível aumentar consideravelmente a troca de dados. Ou seja, mais pessoas poderão compartilhar um número maior de dados com segurança, privacidade e agilidade, pois a capacidade de transmissão será ampliada.
Quais as tendências do telemonitoramento no Brasil?
As tecnologias usadas na saúde digital têm alavancado os serviços de telemonitoramento de pacientes com doenças crônicas. Dentre elas, o Dr. Luciano Cunha destaca:
- biossensores wearables: ajudam a monitorar os sinais vitais dos pacientes com maior precisão, fornecendo dados de maneira síncrona ou assíncrona; contribuem também com a tomada de decisão dos profissionais envolvidos, que podem responder com ações mais específicas, definidas conforme o quadro clínico apresentado;
- serviços de mensageria/chat: esse tipo de canal ajuda a solucionar dúvidas dos pacientes com agilidade e segurança de informação;
- plataformas de teleconsulta: oferecem interação por áudio e vídeo, emissão de laudos e receitas com certificado digital, além de facilitarem os atendimentos multidisciplinares.
Essas tecnologias associadas à transformação digital na saúde nunca foram tão experimentadas como nos últimos meses. “Com os resultados animadores que temos visto, há uma forte tendência de crescimento do telemonitoramento no Brasil e no mundo”, aponta o Dr. Luciano Cunha.
Para entender o impacto que o crescimento esperado pode ter, é preciso observar o cenário a partir de uma visão ampla e sistêmica, pois as possibilidades de compartilhamento de dados oferecem perspectivas impressionantes.
Ou seja, podemos e devemos pensar no telemonitoramento individualmente, do ponto de vista de um paciente crônico, mas também é possível focar o olhar em dados compilados e comparados de pacientes espalhados pelo mundo.
Estudos clínicos randomizados são mais facilmente aplicados e os resultados podem ser apurados com mais agilidade, precisão e segurança. Recursos como a inteligência artificial poderão ser usados para processar dados e entregar relatórios de um modo que ainda não experimentamos.
Contudo, por experiência, podemos dizer que o sucesso desse tipo de iniciativa jamais dependerá exclusivamente da tecnologia. A Maida.health oferece tecnologia mobile, intuitiva e de uso fácil, mas os projetos dependem das pessoas para serem bem-sucedidos.
Nesse sentido, o Dr. Luciano Cunha reforça o valor da atuação de uma equipe multidisciplinar dedicada a programas de telemonitoramento, com profissionais treinados na interação por telemedicina. “É como operamos e tem funcionado com resultados que superam as expectativas mais otimistas”, completa.
Portanto, para planejar e implantar o telemonitoramento de doenças crônicas, saiba que pode contar com a expertise, o comprometimento e a dedicação da nossa equipe. Entre em contato e conheça as nossas soluções!