Do planejamento estratégico em operadoras de saúde depende, como em qualquer outro segmento, o direcionamento do futuro do empreendimento. Ainda que ele sofra influências e ameaças externas que fogem ao controle, esse é apenas um motivo adicional para se preocupar com o que pode ser controlado.
Mas essa consciência é suficiente para elaborar um bom plano? Conforme o entendimento dos elaboradores do Balanced Scorecard, não. Eles foram inspirados justamente pela necessidade de elaboração de um método mais consistente e abrangente, que permitisse um controle mais alinhado com os objetivos e metas estratégicas de longo prazo.
Pensando nisso, neste post, confira em detalhes como funciona e quais são os ganhos dessa reconhecida metodologia!
O planejamento estratégico em operadoras de saúde
É consensual entre gestores que atuam nos mais variados segmentos que planejar é fundamental para qualquer negócio. Afinal, uma organização que não determina suas estratégias e objetivos, a partir de dados precisos, de estudos de previsibilidade e análises, tem um controle limitado em relação ao seu futuro.
A negligência da falta de planejamento obriga a empresa a atuar resolvendo problemas e reagindo a situações de mercado, em vez de desenvolver estratégias e ações como um agente ativo de seu próprio futuro.
No caso das operadoras, existem variáveis de influência adicionais em relação à maioria das atividades, especialmente as que ocorrem no ambiente governamental.
Uma mudança legal, seja por provocação do Ministério Público por entidades diversas, seja em razão de mudanças nas normas pela agência reguladora e outros órgãos, pode mudar significativamente a realidade do setor — e de uma hora para a outra.
Ou seja, o controle total é impossível em razão de que algumas dessas variáveis ocorrem independentemente das ações da operadora e de que elas são difíceis de prever com 100% de acerto.
Sendo assim, os fatores de influência que podem ser administrados, como o controle dos custos assistenciais, as ações de crescimento, a capacitação da equipe e o relacionamento da rede credenciada, precisam ser considerados em um planejamento como forma de minimizar os riscos que as variáveis de influência representam.
O lugar do planejamento estratégico
No entanto, costumam existir divergências com relação ao método mais adequado de planejamento para cada negócio. Uma startup pode se concentrar em modelos mais simples, sem abandonar o planejamento estratégico tradicional. Nos casos das operadoras, ele é imprescindível, mas costuma ser adotado com foco exagerado no planejamento financeiro.
Porém, a grande vantagem do planejamento estratégico é a de observar a realidade da empresa a partir de uma visão sistêmica ou holística. Todos os fatores-chave são considerados de forma a permitir a identificação de prioridades, que podem ser relativas à necessidade de qualificação da rede, por exemplo.
Talvez existam pontos a serem tratados previamente para tornar o plano mais atrativo para esses profissionais, o que começa com a adoção das melhores práticas nos processos como forma de garantir qualidade, pesquisas de satisfação e outras medidas.
Ou seja, as várias atividades, tarefas e estratégias da organização têm influência umas sobre as outras, e controlar apenas resultados de receita, lucratividade e outras informações financeiras, é apenas parte do que pode ser feito pelo futuro da operadora, ainda que tenha importância inegável.
O impacto do Balanced Scorecard
O Balanced Scorecard (BSC) é uma metodologia que está muito alinhada ao planejamento estratégico, pois é utilizada para medir o desempenho de uma organização com base nas metas e objetivos estabelecidos no plano estratégico.
Além disso, o método BSC surgiu no começo dos anos 90 justamente a partir da percepção das limitações dos dados financeiros, portanto, com o objetivo de fornecer dados de desempenho mais reveladores sobre a realidade das empresas.
Desse modo, ele permite alinhar as unidades de negócios, de serviço compartilhado, as equipes e os indivíduos em torno de metas organizacionais gerais. Contudo, o BSC é mais do que um sistema de medição de desempenho, pois é considerado um sistema de gestão estratégica.
Especialmente porque, em comparação com os sistemas de controle financeiro, que reportam o resultado de um período passado e que permitem identificar pontos gerais de melhoria de desempenho, os indicadores de BSC fornecem um diagnóstico mais balanceado entre a situação presente e o futuro da operadora.
Além disso, ele permite vincular mais precisa e facilmente a estratégia com o orçamento; garante um foco maior nos objetivos e metas; e fornece informações claras sobre os sucessos, fracassos e esforços ocorridos na tentativa de alcançar os objetivos de longo prazo.
Os principais indicadores do Balanced Scorecard
Para ter uma ideia do alcance do BSC, ele está dividido em diferentes dimensões, que foram agregadas ao método posteriormente à sua elaboração e que abrangem diferentes áreas do negócio. São elas:
- fatores estratégicos e o papel da alta administração: estabelece relação entre a estratégia corporativa e o conhecimento organizacional;
- culturas e valores organizacionais: considera a cultura organizacional como fator de sucesso do negócio;
- estrutura organizacional: identifica a adequação do modelo de gestão adotado ao cumprimento das metas, com foco na gestão do conhecimento;
- administração de recursos humanos: avalia os resultados das políticas de gestão de pessoas;
- sistemas de informação: avalia a eficiência das bases de dados da empresa em gerar informação e conhecimento;
- mensuração de resultados: elabora metodologias de avaliação dos resultados operacionais e estratégicos;
- aprendizado com o ambiente: mede o conhecimento acumulado com a experiência adquirida.
Com base nas dimensões acima, é fácil notar a importância que o BSC dá para a gestão do conhecimento, o que é justificado em razão do impacto que sua acumulação tem na busca pelos objetivos de longo prazo da empresa. De forma mais específica, os indicadores apontaram resultados relativos a:
- visibilidade de mercado;
- receita operacional de novos produtos;
- satisfação dos pacientes — incluindo a manifestada em relação a novos produtos;
- margem líquida por produto;
- indicadores de qualidade;
- satisfação das equipes;
- horas de capacitação;
- e assim por diante.
Como vimos, o BSC é fundamental para o sucesso do planejamento estratégico em operadoras de saúde. Independentemente dos benefícios pontuais, como aumento da lucratividade, melhora da qualidade e do relacionamento com clientes e médicos, esse é um posicionamento estratégico determinante na competitividade e no longo prazo.
Agora, considere outro fator de grande influência para as operadoras: a terceirização. Separamos um conteúdo especial sobre o tema para você. Confira como o BPO pode contribuir para a sua atividade!